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Gravidez de meninas de 10 a 14 anos ainda é alarmante

Verdade que os casos de gravidez na infância e adolescência têm apresentado redução nos últimos anos,
porém verdade maior é que as ocorrências registradas no Pará ainda são elevadas, conforme demonstram
os dados disponibilizados na base do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS,
Ministério da Saúde) sobre nascidos vivos com recorte para a idade da mãe.

De 2011 a 2016, por exemplo, foram registrados, anualmente, mais de 2 mil casos de nascidos vivos de
mães com idade de 10 a 14 anos no estado! O pico foi em 2012 com 2.311 ocorrências. Em termos
percentuais, os casos representaram mais de 1,5% do todos os nascimentos vivos no Pará (a média nacional
ficou abaixo de 1%).

A partir de 2017 os quantitativos foram reduzindo anualmente, tendo sido registrado 1.738 casos em 2021
e, nos dados preliminares de 2022, 1.421 ocorrências no estado.

Percentual bem maior é notado quando o olhar passa para nascidos de mulheres de 15 a 19 anos: mais de
25% de todos os casos em 2011. O dado do último ano consolidado (2021) aponta que essa taxa é de 19%
no estado. Sabe quanto foi o percentual da média nacional em 2021? 13%!

Os dados preliminares de 2022 reforçam a tendência de que as mulheres estão esperando cada vez mais
tempo para ganhar bebê. No Pará, esse comportamento é observado, porém ainda um pouco distante da
média nacional. Em 2022, por exemplo, as maiores ocorrências de nascidos vivos (29%) tinham como mães
mulheres com idade de 20 e 24 anos no estado; já o maior percentual de nascidos vivos no agregado do
país são de mães de 25 a 29 anos.

Voltando ao recorte de idade mencionado no começo do texto (mães de 10 a 14 nos de idade), as elevadas
ocorrências, embora decrescentes, precisam de mais atenção de todos os setores da sociedade (governo,
família, escola, igreja e mais) para que diminuam em velocidade maior.

Nunca é demais lembrar que a gravidez em uma idade tão jovem aumenta consideravelmente a
probabilidade de morte antes, durante e após o parto, além de ampliar a frequência de ocorrência de
complicações como anemia, diabetes gestacional e outras tantas.

As implicações de saúde, sociais, econômicas e psicológicas resultantes desses casos são imensuráveis
para essas crianças que viram mães tão precocemente. Gravidez não é coisa para criança!

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